Ikebana (em japonês: 生け花 ou いけばな, literalmente “flores vivas”) é a arte japonesa de arranjo floral, também conhecido como o “caminho das flores” kado (华道). Na arte ikebana, procura-se retratar o equilíbrio existente no universo, unindo o céu (Shin), o homem (Soe) e a terra (Tai ou Hikae) dentro de um mesmo arranjo.
Em contraste com os arranjos florais nos países ocidentais, o arranjo floral japonês cria uma harmonia de construção linear, ritmo e cor. Enquanto os ocidentais tendem a enfatizar a quantidade e as cores das flores, dedicando a atenção, principalmente, à beleza das flores, os japoneses enfatizam os aspectos lineares do arranjo.
Ikebana é mais do que simplesmente colocar as flores num recipiente. Toda a estrutura de um arranjo floral japonês está baseada em três pontos principais que simbolizam o céu, a terra e a humanidade.
História do Ikebana
Ikebana rikka
O estilo rikka reflete o esplendor da natureza e da sua exibição. Por exemplo, ramos de pinheiros simbolizam rochas e pedras, crisântemos e branco simbolizam um rio ou riacho. O estilo rikka tornou-se popular no século XVII, sendo utilizado como uma técnica de decoração para festas e ocasiões cerimoniais. Atualmente, é considerado um modo antiquado de arranjo de flores, sendo raramente praticado.
Ikebana tokonoma
Ikebana nageire
Devido à sua associação com a cerimónia do chá, este estilo também é chamado cha-bana (茶花, literalmente “flores do chá”).
Na década de 1890, logo após a Restauração Meiji (um período de modernização e ocidentalização do Japão), desenvolveu-se um novo estilo, chamada moribana ikebana, ou “flores empilhadas”. Este estilo surgiu em parte devido à introdução de flores ocidentais, devido à ocidentalização do Japão. O estilo moribana, que criou uma nova liberdade em arranjos de flores, é utilizado para uma paisagem ou um cenário do jardim. É um estilo que pode ser desfrutado e pode ser adaptado tanto para situações formais como informais.
Em 1930 começa a transliteração para zen’ei ikebana ou zen’eibana (Ikebana Moderno). Esta forma de ikebana é mais expressiva do que o estilo clássico. Junto com a cerimónia do chá e da caligrafia, ikebana era uma das artes em que as mulheres eram tradicionalmente educadas, em preparação para o casamento. Hoje, o arranjo de flores é venerado como uma das artes tradicionais do Japão. É praticado em muitas ocasiões como em cerimónias e festas, e muitas pessoas, atualmente, ainda escolhem estudar esta arte.
A arte do Ikebana é tão popular no Japão que acabou por levar à fama mundial: existem mais de três mil escolas que a ensinam no mundo e mais de quinze milhões de praticantes.
Cada estilo segue um conjunto determinado de regras e de técnicas, no momento da elaboração de um arranjo floral. Alguns simples e delicados, outros tremendamente complexos e trabalhosos; cada um deles, no íntimo, querem nada mais nada menos que traduzir em formas, cores e sensações a maneira como o ser humano encara a vida, a natureza à sua volta e sua interação com o divino e o transcendental.
Como fazer um Ikebana – Passo a Passo
(Estilo Shoka - o triângulo dos ramos principais simboliza a relação de interligação entre o céu, o homem e a terra.)
O material para fazer o Ikebana pode variar, afinal, existem vários tipos. Mas basicamente precisamos de:
- 1 vaso de Ikebana
- 1 Kenzan (anel de metal que prende as flores no lugar)
- Água
- Flores
- Ramos e caules
- Tesoura (adequada)
Como fazer um Ikebana?
1 - Escolher os ramos
O ramo tem que ter três caules principais: o principal, que representa o homem, o secundário, um pouco mais pequeno, que representa o céu, e o ramo ornamental, com flores coloridas, que representa a terra.
Os ramos devem ser simples: ramos ou galhos finos e longos, em linha reta, com poucas folhas. O ramo principal deve ter o dobro do tamanho do recipiente. O ramo ornamental deve ser o único com flores e os botões abertos (um, dois) devem estar perto da base.
2 - Linhas do Arranjo
Shin – É a linha principal e o ponto básico de todo arranjo. Por isso, deve escolher o galho mais longo e mais forte. O comprimento deve ter o dobro do diâmetro do vaso mais a medida da sua profundidade.
Soe – É a linha secundária que corresponde ao segundo galho, deve ter 3/4 do comprimento total do Shin.
Hikae – É a linha terciária, que deve ter a metade ou 3/4 do comprimento do Soe.
Jushi – São as linhas auxiliares e elementos secundários do arranjo. Devem ser menores e mais baixos do que as três linhas principais. As Jushi são as flores do arranjo. A quantidade de flores depende do gosto de cada um, mas o numero deve ser o suficiente para dar harmonia e equilíbrio ao conjunto. As flores devem ser colocadas em alturas desiguais no espaço triangular formado pelas três linhas principais.
2 - Como colocar no vaso
Corte as extremidades inferiores dos ramos primários e secundários, de modo a que forme num ângulo de 45 graus, mantendo-os sob a água. Isso permite que o tronco absorva a água em vez de ar, para mantê-lo fresco por mais tempo.
3 - Como fazer?
Primeiro
Coloque o vaso na sua mesa de trabalho Corte as plantas dentro de água e retire-lhe as folhas desnecessárias.
Segundo
Coloque o kenzan dentro do vaso. Encha o vaso com água até 2/3 do seu volume. Coloque o primeiro galho (Shin), que representa o céu. Deve ter uma inclinação de 75 graus, como se estivesse sob a ação do vento na natureza (elemento ar).
Terceiro
Coloque o galho Soe no Kenzan, que representa o homem, na direção do ombro esquerdo, inclinado 40 - 45 graus (8 horas na posição do relógio).
Quarto
Coloque o ramo hikae, que representa a Terra, ligeiramente à frente, incline em ângulo de 15 graus.
Quinto
Enfeite com as Jushi, flores menores ou folhas de plantas para esconder o kenzan no vaso e adicionar profundidade, tendo em conta a harmonia do conjunto. Certifique-se que são mais curtos que os ramos principais e que a água ainda é visível. Os espaços vazios são uma característica importante no arranjo e deixam expressar o elemento água e o elemento luz.
Enfeite com as Jushi, flores menores ou folhas de plantas para esconder o kenzan no vaso e adicionar profundidade, tendo em conta a harmonia do conjunto. Certifique-se que são mais curtos que os ramos principais e que a água ainda é visível. Os espaços vazios são uma característica importante no arranjo e deixam expressar o elemento água e o elemento luz.
Onde colocar o Ikebana
O Ikebana deve ser colocado num local bem iluminado, onde possa ser visto de frente. No Japão é normalmente colocado onde os hóspedes são recebidos. Assim, todos podem apreciá-lo e gozar da sua harmonia.
A Energia das flores (Feng Shui)
Os arranjos de flores Ikebana, podem ser feitos com flores, folhas, galhos, frutos e plantas secas. Com uma tradição de mais de 500 anos a arte de Ikebana, também conhecida como Kado. ou Caminho das Flores, traz um grande equilíbrio de espírito para quem a pratica e admiração para quem recebe.
Acácia: Transmite a energia da “Paz, Calma e Estabilidade”
Crisântemo: Simbolizando a energia da “Proteção e Beleza”
Jasmim: Energia da “Amizade, Amor e Paz”
Lótus: Energia do “Amor e Proteção”
Orquídea: Energia do ” Amor e paciência”
A Energia Que Algumas Flores Transmitem No Feng Shui
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